segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Crianças francesas não fazem manha?




Confesso que quando vi o "boom" em relação a esse livro e principalmente o nome dele, tive um pouco de preconceito. Mas já que  foi "Best seller" em vários países, resolvi dar uma chance  e ver o que tanto atraia as pessoas e me surpreendi com a leitura e com as colocações da autora.

No livro - Crianças francesas não fazem manhã- Pamela Druckerman (autora) conta a experiência de ser americana  e criar os filhos na França. A autora se prende as diferenças culturais entre a criação dos americanos e dos franceses desde o processo de gestação até o crescimento dos filhos. Através de suas observações diárias, do contato com profissionais especializados na criança e de seu estudo, ela chega a algumas conclusões do porque as crianças francesas são menos agitadas e manhosas em relação as americanas.

Não vou tirar o gostinho de vocês de lerem o livro, mas não poderei deixar de fazer minha análise em relação ao que li. Antes de mais nada, a leitura  desse livro é sim interessante para nós, brasileiros,  já que muito da nossa cultura e forma de educar os filhos está relacionada com a americana. Querendo ou não, nós nos  baseamos no "modo americano de ser" para muitas coisas no nosso dia- a- dia, maneira de se vestir (as marcas), alimentação e também em como educamos e reforçamos os comportamentos de nossas crianças.
O que mais me chamou a atenção no livro foi quando a autora descreve cenas num restaurante francês, no qual crianças sentam-se quietas, comem e esperam os pais comerem. Muito diferente do que ela descreve em relação as americanas e as nossas, não ?!?! Eu costumo fazer essa observação e muitas outras quando estou com crianças e seus familiares.
 Já observei em algumas ocasiões que os pais chegam no restaurante e desesperadamente pedem o prato da criança, pois elas não podem esperar nenhum minuto (até aí tudo bem elas serem prioridade neste momento), mas aí elas acabam de comer e não deixam seus pais comerem, pois não aguentam esperar. Aí ouço, ter filho pequeno é assim mesmo... E eu me pergunto, se alguma vez na vida esses pais ensinaram a criança esperar um pouco? Ou desde que nasceu ela é prioridade em tudo e nunca teve que esperar para nada? E não deixo de pensar também, como serão essas crianças quando adultos?
Certamente  esses futuros adultos sofrerão por esperar pela notícia de um emprego que desejam, se precipitarão para tomar decisões num relacionamento, ficarão angustiados ao ter que esperar por qualquer coisa, ou pior ainda, quando não forem o centro da atenção  na vida, provavelmente, sofrerão de ansiedade, distúrbios alimentares, depressão e tantas outras patologias conhecidas como mal do século.

Entendi que as crianças na educação francesa tem prioridades sim, afinal são crianças que necessitam de cuidados como qualquer outra, mas o pais não levam a maternidade como a principal coisa da vida e nem colocam a criança como centro de tudo.  Afinal, pais são seres humanos e tambem posuem prioridades, portanto a criança tem que esperar no restaurante para comer, tem que esperar o horário de todos, desde pequenos devem acostumar que os outros possuem necessidades como elas e assim, aprendem desde cedo a respeitar e a ceder para o outro. 

Por esse e por outros motivos achei a leitura do livro bem interessante para refletirmos a educação de nossas crianças. Será que realmente elas  devem ser sempre prioridade de tudo na vida dos pais? Será que a maneira com que criamos nossas crianças como centro de tudo não trará influencias negativas para os futuros adultos? Acho que a leitura do livro,  a reflexao sobre a criação e educação de uma criança pode trazer benefícios para pais e educadores.



 A autora também lançou outro livro, ainda não li inteiro, mas vi que segue a mesma linha de pensamento. Para quem gostou, a leitura é interessante também.



É isso aí, pessoal?!? Espero que tenham gostado!

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