segunda-feira, 7 de abril de 2014

Teste do Marshmallow: A importância de fazer com que a criança aprenda esperar e tenha paciência.





Walter Mischel (especialistas em como as crianças esperam por gratificação e professor da Universidade de Columbia nos Estados Unidos) criou o famoso teste do Marshmallow, no final de 1960. Neste teste, ele levou crianças  de 4 ou 5 anos para uma sala onde tinha um marshmallow sobre a mesa. E então, o experimentador dizia que iria sair da sala por um tempo (ele fica fora por 15 minutos) e que se a criança não comesse o doce até ele voltar, iria ganhar dois marshmallows, mas se comesse o marshmallow, só iria ficar com aquele mesmo. O objetivo era medir quanto tempo as crianças conseguiriam resistir ao impulso de comer, mas também avaliar se tal comportamento teria alguma relação com o sucesso pessoal e profissional delas futuramente.

Entre 1960 a 1970,  653 crianças fizeram o teste. Porém somente uma em cada três participantes conseguiu resistir ao doce. A maioria das crianças só conseguiram esperar por 30 segundos. Essa reposta mostrou que as crianças não têm paciência para esperar nem pelo doce e nem em qualquer outra situação da vida e aí, se explica alguns comportamentos como: birras, excesso de agressividade, falta de limites, impaciência e etc...

O mais interessante da pesquisa é que, por volta dos meados de 1980, Mischel revisitou as crianças do experimento para ver se havia alguma diferença comportamental em relação aos que conseguiram esperar e os que não conseguiram. Assim, Mischel concluiu que as crianças que sabiam esperar eram melhores na concentração e na argumentação. Além disso, e de acordo com os relatórios publicados e 1988, Mischel diz que os adolescentes, que quando criança sabiam esperar, hoje lidam melhor com situações estressantes.

Essa pesquisa mostra a importância de ensinar a criança a esperar,  a ter paciência. Hoje em dia vejo crianças sem limites, birrentas, porque de certa forma os pais fazem tudo o que elas querem e de imediato. A crianças estão cada vez menos acostumadas a esperar e quando se pede um pouco de paciência,  elas choram, se jogam no chão e as birras e malcriações são infinitas.

Outra coisa que tenho visto no meu dia-a-dia com crianças, são pais que sempre deram tudo para a criança na hora. Porém, com o passar do tempo essa prontidão fica cada vez mais difícil de suprir, então esses pais prometem presentes para a criança em troca dela se comportar e ser paciente. Essas atitudes fazem com que os filhos cresçam impacientes e sem repertórios para lidar com frustrações. Isso, por si só, interfere de maneira negativa na autoestima e desenvolvimento emocional da criança, o que está diretamente ligado com o que Mischel concluiu com adolescentes do experimento que não tinham o poder de argumentação.

Desde a tenra idade podemos fazer com que a criança aprenda a ser paciente e assim como mostrou a pesquisa de Mischel, que ela se torne um adulto que lida melhor com situações estressantes. Para isso, é necessário fazer a criança esperar e não dar tudo prontamente. Para essa "regrinha" não tem idade certa, um bebê com mais de três meses que chora no berço, por exemplo, (se você já se certificou que ele está satisfeito, está limpo e sem dores), por que não deixá-lo esperar um pouquinho no berço? Esse simples ato já torna o bebê mais paciente e de certo modo facilita a vida dos cuidadores ao longo do crescimento da criança. Essa prática é muito comum em alguns países europeus, como a França, onde as crianças são conhecidas por serem mais pacientes,  comportadas e com menores índices de déficit de atenção e hiperatividade.

Abaixo segue o vídeo com o experimento de Mischel. Assista, vale a pena rir um pouquinho desses pequenos atacando o marshmallow.
https://www.youtube.com/watch?v=KvDk506jZk4



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Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga

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