quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Problemas de aprendizagem Parte II (documentário HBO)








 Nesse segundo post sobre dificuldades de aprendizagem, continuarei abordando o documentário produzido pela HBO -  Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo - Parte 2.

Lembre-se:  ao continuar assistindo, atente-se ao relato das crianças. Como elas sentem em relação a dificuldade? Como se superam dia-a-dia?

Documentário: Não sei fazer isso, mas sei fazer aquilo.  Clique aqui para assistir - Parte 2 

 Essa segunda parte do Documentário aborda principalmente a dificuldade de Quenton, 10 anos. Quenton tem dislexia e discalculia. Como já foi falado no post anterior sobre a dislexia ( Clique aqui para saber mais sobre Dislexia) falarei sobre a Discalculia.

 A discalculia é a dificuldade no aprendizado de cálculos matemáticos, na realidade, a criança não consegue fazer relação entre quantidade e números. Esse problema não tem nada haver com o nível de inteligência, a pessoa com discalculia apenas precisa desenvolver um jeito diferente de entender o raciocínio matemático. A discalculia, muitas vezes, é descoberta tarde, pois as pessoas tendem a confundir com o não gostar de matemática. Mas o problema vai muito além disso.

Em geral, a pessoa com discalculia tem dificuldade de:

1- Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
2- Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.  
3- Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.  
4- Classificar números.
5- Compreender os sinais +, - , ÷, ×.  
6- Montar operações.
7- Entender os princípios de medida. 
8- Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas. 
9- Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.  
10-Contar através dos cardinais e ordinais. 


Quanto ao tratamento: assim como a dislexia, o quanto antes o tratamento se iniciar, melhor. Com ajuda de equipe multidisciplinar, será possível desenvolver um método para a criança aprender o raciocínio matemático.  Um e psicopedagogo e/ou Psicólogo ajudará a elevar a auto-estima valorizando suas atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem, através de instrumentos de aprendizagem diferenciados do que a escola propõe. Os jogos irão ajudar na seriação, classificação, habilidades psicomotoras, habilidades espaciais, contagem. Esses profissionais, se procurado antes, devem solicitar os exames e avaliação neurológica ou neuropsicológica.

No vídeo Quenton fala da dificuldade de conviver com o problema em seu dia-a-dia e deixa explícito que sofre discriminação, o que certamente influencia na auto-estima dele. Porém, ele descobre a prática do motocross que diminui o sentimento de inferioridade e mostra que ele é capaz. De certa forma o motocross  ajuda Quenton  enfrentar suas dificuldades.

"As vezes as crianças falam mal de mim e isso me machuca.  Elas dizem: Oi seu burro, oi esquisito!"
 "(...) Eu me sinto sozinho, mas sou normal como eles. Eu aprendo de modo diferente, mas sou como eles (...)" 
"Eu descobri o motocross e isso me ajudou muito (...)"
"(...)Minha dificuldade de aprendizado é muito difícil, mas eu consigo lidar com ela. Um passo de cada vez."
(Quenton, 10 anos)





Segue documentário na íntegra para quem ainda não assistiu.



Ana Paula Miessi Sanches - Psicóloga

Nenhum comentário:

Postar um comentário