quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Babá ou escola? Qual a melhor opção para seu filho?





A licença maternidade está chegando ao fim. Nesse momento, além da angústia de deixar a criança para voltar a rotina de trabalho, algumas questões vêm à tona, como: Com quem deixar meu filho? Será que eu contrato uma babá? Ou será melhor matriculá-lo numa escola? Ou ainda, será que minha mãe (ou sogra) não cuidará melhor do meu filho?

Normalmente a  reação da criança frente a separação materna dependerá muito da atitude emocional da mãe. Estudos mostram que os sentimentos da criança na hora da separação são muito parecidos com os da mãe. Portanto, se deixar seu filho para voltar a rotina de trabalho lhe traz angústia e sofrimento exagerado, aconselho você a procurar ajuda para lidar com esses sentimentos, pois certamente eles deixarão a criança  insegura, o que tornará o processo de separação mais sofrido e doloroso. 

Porém, enfatizo que a separação é saudável para o bebê e acontece com quase todas as mães há duas gerações (provavelmente, muitas leitoras aqui tiveram mães que trabalhavam e todas sobreviveram, certo?). Em geral, após a adaptação, tudo segue perfeitamente sem traumas ou sofrimento.

Ainda em relação a separação mãe-filho, afirmo que é normal o sentimento de culpa da mãe ao deixar a criança, assim como o sentimento de impotência, já que ela não poderá estar  24 horas voltada para os cuidados do filho. Mas, lembre-se que será essa "ausência"  e retirada de certos cuidados da mãe que fará com que a criança amadureça e se desenvolva emocionalmente. Assim sendo, não sofra tanto, pense que está fazendo o melhor.


Agora que você já sabe que todos esses sentimentos são normais e que "deixar" a criança é necessário e importante para o desenvolvimento dela, é hora de pensar com quem ela ficará quando você voltar a rotina de trabalho. Babá ou a escola (berçário)? Qual a melhor opção?


Devo lembrar que todas as opções têm seus prós e contras, você terá que analisar e ver o que melhor adapta a sua situação.


1- Escola ou berçário: normalmente são locais especializados em cuidar de bebês e crianças. Muitas escolinhas disponibilizam o apoio de diversos profissionais como: pedagogos, pediatras, enfermeiras especializadas, nutricionistas e outros. 
O ideal é visitar várias escolas e ficar atenta na maneira como as crianças são tratadas, na higiene local, como se dá a alimentação, como será a adaptação e se a escola se adequa a rotina da criança (em especial para os bebês). Normalmente crianças que frequentam escolas desde de cedo se socializam melhor, aprendem a lidar com as regras e ficam mais independentes.
Os fatores contra essa opção são que a criança fica mais vulnerável a vírus e infecções (portanto, mesmo que o bebê tenha uma ótima saúde, ele poderá ficar mais gripado e contrair viroses); e pelo fato que desde muito cedo, o bebê irá sair do ambiente que lhe traz conforto e segurança, o que poderá causar estresse e angústia. Por isso a necessidade da adaptação no ambiente escolar ser feita corretamente. Vale ressaltar que normalmente os bons berçários cobram uma mensalidade alta, o que faz muitos pais desistirem dessa opção.


2- Babá: a primeira coisa que você deve saber é que Babá é uma profissão e isso quer dizer que a profissional em questão precisa de treinamento e vocação. Ela precisa ter paciência, gostar de lidar com crianças e entender um pouco sobre desenvolvimento infantil. Muitas vezes não é tão fácil encontrar uma profissional com essas características, pois creio que é da nossa cultura achar que qualquer pessoa pode cuidar de uma criança, basta ter jeito com elas. Mas a verdade vai muito além disso, a babá além de treinamento, deve saber se colocar como uma profissional, dever ser firme, saber estimular a criança e saber que ela é um apoio à família e que não substitui ninguém.
Os fatores a favor a opção babá são que a criança não precisará sair de seu ambiente de segurança tão cedo e possivelmente se adaptará com mais facilidade a situação. Também irá ficar menos exposta as infecções e vírus. Além comodidade que traz para os pais, pois os horários acabam sendo mais flexível.
Os fatores contras a essa opção se dão pelo fato de muitas babás não se comportarem como profissional. É comum crianças que ficam sob cuidados de babás  serem mais birrentas, manhosas e menos sociáveis. Por isso, a necessidade de fazer uma boa entrevista de admissão (que foi abordada aqui) e de saber impor as regras e o que você quer do trabalho dela. 
Outro fator contra é que a questão da violência de babás com crianças (que sempre aparece na mídia) assombra as famílias. É muito difícil confiar em uma pessoa que você nunca teve contato para cuidar do seu filho e entrar na privacidade da família. Por isso, é necessário saber a procedência da pessoa, estar com ela nos primeiros dias e observar todas as suas atitudes.


Além dessas duas opções há ainda as vovós. Está opção pode ser a mais barata e mais confiável para muitas mães, porém é preciso analisar se a vó tem energia o suficiente para cuidar da criança, se ela não é muito permissiva ou tem dificuldades de impor limites. Lembre-se que vó tem o direito de ser vó e se ela for cuidar diariamente da criança terá que se policiar, o que traz grandes dificuldades tanto para elas, quanto para os pais e crianças. É comum conflitos familiares por conta disso. Portanto, pense bem se essa é a melhor opção.



FICA A DICA:  essa escolha é subjetiva, ou seja, cada um irá escolher o que é melhor para a família de cada um. Mas lembre-se que temos que estar sempre atentos na segurança, saúde, desenvolvimento e bem-estar da criança.
Enfatizo novamente que você não deve ser torturar por ter que voltar a rotina de trabalho. Tudo isso é importante e necessário para você e para seu filho. Pense, analise e faça a escolha com cautela e cuidado que tudo dará certo! BOA SORTE!!!


Ana Paula Miessi Sanches -Psicóloga Infantil



Nenhum comentário:

Postar um comentário